domingo, 27 de setembro de 2009

Judeus usam galinhas para expiar pecados antes de Yom Kippur



Judeu ortodoxo segura uma galinha durante as celebrações do יום כיפור, Yom Kipur, Dia do Perdão, na cidade de Ashdod, Israel.


Data e hora local em Israel



Shalom chaverim, paz amigos!

Eis aqui uma notícia sobre o Yom Kipur comemorado pelos judeus ortodoxos nesse ano de 5770, quando eles providenciavam as כפרות, kaparot, expiações pelos seus pecados:

"Esta é minha mudança, este é meu substituto, esta é minha expiação", murmuram os fiéis judeus enquanto dão três voltas por cima de suas cabeças com um animal que, minutos depois, é morto como forma de expiar os pecados. No ritual das Kaparot, uma expiação simbólica dos pecados, milhares de galos e galinhas são degolados em Israel para lembrar os judeus que, a qualquer momento, Deus pode tirar a vida como forma de compensação por seus pecados.

As mulheres usam galinhas; os homens, galos; e as grávidas, um exemplar de cada um. As Kaparot são vividas nos dias anteriores ao Yom Kippur, a data mais solene do judaísmo, destinada ao arrependimento e ao pedido de perdão.

"Neste momento do ano, que é nosso Ano Novo Judaico (Rosh Hashana), uma das coisas que fazemos é começar uma vida nova e refletir sobre o que fizemos no passado", explica o judeu de origem americana Menachen Persoff antes de fazer suas Kaparot.

"Pegamos uma galinha e dizemos: ''Em vez de que eu seja castigado e destruído neste mundo, deixe que seja esta galinha''. E então temos que pensar que, quando essa galinha morre, poderíamos ter morrido em seu lugar", acrescenta.

Para Persoff, as Kaparot são uma oportunidade para "ser uma pessoa melhor, pensar nas coisas que fizemos de errado e fazer as coisas de um jeito melhor no futuro".

Depois que a ave escolhida - que deve ser branca, para simbolizar a purificação do pecado - é girada sobre a cabeça, o animal é degolado com um rápido e certeiro movimento com uma faca afiada cuja lâmina não pode ter a menor fenda, seguindo os preceitos judeus do "kashrut".

Os penitentes costumam doar as aves mortas para a caridade se têm uma boa situação econômica. Caso contrário, as levam para comer em casa.

Alguns criticam os que comem ou doam as aves aos pobres ao entender que os pecados de quem toma parte no ritual foram transferidos ao animal e, portanto, este não deve ser comido.

Após o ritual, as vísceras das aves devem ser colocadas em algum lugar onde possam servir de alimento a outros pássaros, a fim de demonstrar piedade em relação a todas as coisas vivas.

"Nas Kaparot, rezamos para ser perdoados. Nos mostramos envergonhados diante de Deus e lembramos que ele pode nos tirar a vida, mas nos dá a oportunidade de pedir perdão", aponta a judia ultraortodoxa Devorah Leah.

Para ela, esta tradição ajuda a "pensar com mais profundidade" sobre si mesmo e seus atos. Na antiguidade, as Kaparot eram feitas com cabras, o que deu origem à expressão "bode expiatório".

Hoje em dia, mamíferos não são usados, mas se não é possível ou não se quer usar galinhas ou galos, estes podem ser substituídos por qualquer outra ave, exceto pombos - para não lembrar os ritos de sacrifício no templo -, ou mesmo por um peixe.

Também são muitas as famílias que fazem as Kaparot com dinheiro que depois é doado aos pobres. O fato de os rabinos permitirem que o rito seja celebrado sem necessidade de matar animais é o principal argumento das organizações defensoras dos animais contra esta prática, que consideram como cruel e abusiva.

"Muitos religiosos argumentam que não há motivo para fazê-lo com dinheiro quando se pode matar uma galinha, porque estas não sofrem.

Mas isso não está certo. Todo mundo sabe que os animais têm sentimentos e querem viver, igual a nós", diz Gene Peretz, uma jovem estudante vegetariana que se manifesta em Jerusalém contra o uso de animais vivos nas Kaparot.

Frente a esta postura, os seguidores da tradição, como Leah, argumentam que "os animais estão na terra para ser utilizados pelos seres humanos, sempre que seja de modo correto", e que comer "os animais que Deus nos deu é uma forma de fazer com que o mundo seja mais espiritual".

Fonte: Site Terra.


E nesse vídeo abaixo podemos ver alguns judeus ortodoxos em Jerusalém durante o יום כיפור, Yom Kipur, Dia do Perdão praticando também a כפרה, kaparah, expiação dos seus pecados, segundo eles:


Vejam como os judeus ortodoxos estão completamente equivocados em sacrificar às vesperas do Yom Kipur, Dia do Perdão já que a Torah e o Tanakh declaram explicitamente que só no מקום, makom, lugar, Jerusalém e no בית המקדש, Beit ha Mikdash, Templo se pode sacrificar. (Dt 12:5,6,11,13,14,18,26,27; 14:24-26; 16:2; 31:11; Js 8:1; 1 Rs 8:29,30; 9:3; 2 Cr 7:12-16). E uma vez que o Templo ainda não foi reconstruído, então isso é caracterizado como uma desobediência a Torah.

E vejam também esse interessante artigo:

"O Talmud afirma:

"Não há יום כיפור, Yom Kipur sem sangue." (Yomá 5a)

Toda a Torá aponta para essa forma de resgate: o resgate dos primogênitos, ocorrido em Pesach, em que o sangue de um cordeiro perfeito era passado nas portas, impedindo a morte dos primeiros filhos hebreus. As constantes ofertas pelo pecado, que envolviam derramamento de sangue de diversos animais. A expiação máxima da culpa, ocorrida em יום כיפור, Yom Kipur, em que um bode era degolado e seu sangue aspergido sobre o povo, liberando-o de toda culpa e outro enviado ao deserto, para morrer.

O Talmud nos conta que:

"Durante os quarenta anos antes da destruição do Segundo Templo, a sorte* escrita ‘Para o Senhor’ não vinha mais na mão direita do Cohen Gadol (Sumo Sacedote), nem o fio vermelho** ficava branco, nem a lâmpada ocidental da Menorá do Templo permanecia acesa e as portas do Santuário abriam por si só" (Yomá 39b).

*A sorte para o Senhor é uma referência ao texto de Lv 16.6-9. Ao bode que seria para expiação do povo. Havia um sorteio e por um sinal de D'us saía 'Goral LaHaShem', mas neste período isto não acontecia mais. Sinal que D'us não estava mais recebendo as ofertas pelo pecado, pois o Mashiach Yeshua se ofereceu como perfeito sacrifício pelo pecado. Exatamente neste período de 40 anos antes da destruição do Templo, aproximadamente no ano 30 d.e.c. ** O fio vermelho era o fio de escarlate que perdia sua cor (ficando branco) como sinal de aceitação de D'us à oferta de Israel. Este fenômeno também não acontecia mais."

Fonte:


Referências:




Tradução em português pelo site Google: Capítulo 13: A Necessidade de um Novo Testamento

Conclusão:

A explicação que se pode dar sobre as portas do Beit ha Mikdash, Templo se abrirem por si só, conforme descreve o texto de Yomá 39b refere-se ao fato do sacrifício do Mashiach ter sido aceito pelo Eterno nosso D'us, porque no exato momento em que ele morreu o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo, dando acesso aos pecadores até a presença do Eterno, pela expiação de seus pecados, através do sangue do Cordeiro de D'us que tira o pecado do mundo. (Isaías 53:7).

Yeshua foi crucificado às 09:00h do dia 14 de Nissan, numa quarta-feira do ano 30 (d.e.c.) e permaneceu na cruz algum tempo após às 15:00h do calendário civil (hora nona do calendário religioso), hora essa, em que também veio a falecer. (Mc. 15:25, 34, 37). E essa data confere com o texto do Talmud declarando que durante um período de 40 (quarenta) anos antes do Templo ser destruído aconteceram essas coisas que relata o texto de "Yomá 39b", acima mencionado.

Portanto, o nosso substituto é Yeshua, pois foi ele quem se ofereceu como um cordeiro sem defeito e sem mancha em sacrifício único, porém suficiente e eterno ao nosso D'us, pelos nossos pecados, pois o sangue dos animais (Hb 10:4; Sl 40:6,7) que eram oferecidos no מישכן, Mishkan, Tabernáculo ou no בית המקדש, Beit ha Mikdash, Templo era apenas um símbolo do sangue do Mashiach. Porque só o seu sangue (Ef 1:7; Hb 9:12; Ap 1:5; 5:9) pode fazer a כפרה, kaparah, expiação pelos nossos pecados. Saibam mais sobre esse sacrifício de Yeshua no link abaixo:


Nota:


The sacred Name for G'd was spoken only 10 times once per year (during Yom Kippur) by the Kohen Gadol. When the people heard the Name, they prostrated themselves in deep reverence (Yomá 39b).

E finalizando esse tópico convido a todos para ver esse vídeo e ouvir essa lindíssima música, em atitude de oração especial do יום כיפור, Yom Kipur, Dia do Perdão:

Yaakov Shwekey e Mordechai Shapiro - Rahem - Misericórdia


Lehitraot.

פולוס וואלי ✡


Nota sobre minha assinatura:

"Origem judaica dos sobrenomes Valle, Vale.

פולוס - Polos / Paul / Paulo

וואלי - Valley / Valle / Vale

Porque o meu sobrenome Vale deveria ser com duas letras "L", mas por um erro do Cartório só tem uma.

Portanto, abaixo faço referência a um Rabino de renome com esse sobrenome Valle (וואלי):




quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A Antiga e a Nova Aliança



I - A Antiga Aliança. (Yirmyah, Jr. 31:32).

A prática de sacrifícios e a obediência aos mandamentos como meio de justificar o ser humano diante do Eterno caracterizavam e condicionavam a Antiga Aliança. (Devarim, Dt. 27:26; Gl. 3:10). E esses sacrifícios que eram oferecidos a D'us tinham que ser oferecidos pelas próprias pessoas que tivessem cometido pecado, de acordo com sua classe social. (Vayicrá, Le 5:6,7). Mas embora houvesse essa condição de sacrificar para que o pecador fosse perdoado por D'us, no entanto o que sempre prevalecia mesmo era a graça e a misericórdia de D'us para que o mesmo viesse a ser perdoado e não o ato de sacrificar ou as obras de justiça do ser humano (Devarim, Deuteronômio 9:4-8) ainda mais porque o sangue de animais não é suficiente para expiação dos pecados da raça humana, pois os sacrifícios de animais eram apenas em caráter simbólicos ao sacrifício maior do Mashiach. E também as Escrituras nos dizem que a nossa justiça é como trapo da imundícia. (Yeshayah, Isaías 64:6; Filipenses 3:9).


Data e hora local em Israel




II - A Nova Aliança (הברית החדשה). (Yirmyah, Jr. 31:31,33).



Já na Brit HaChadashah, Nova Aliança (1 Corintios 11:23-26) o pecador não tem nenhuma participação no ato de sacrificar, pois a salvação não vem de obras, para que ninguém se glorie diante do Eterno. (Chabakuk, Hab. 2:4; Ef. 2:9). Agora o ser humano recebe de graça o perdão dos pecados e a salvação. E isso vem a ser um imerecido favor de D'us que o homem adquire, por meio da fé que também é um dom, uma dádiva do Eterno. (Ef. 2:8). Então na Nova Aliança ficou mais evidente que o ser humano sempre recebeu o perdão de seus pecados pela graça e misericórdia de D'us independente de obras de justiça praticadas por ele e também do ato de sacrificar, quando prevalecia a Antiga Aliança, ou seja, antes do Mashiach ter vindo para estabelecer a Nova Aliança.

III - O selo da antiga e o da nova aliança:

O selo da primeira e antiga aliança era o sangue de animais. Já na segunda e nova aliança, o selo é o sangue do filho do Eterno. E é óbvio que o sangue de animais não é suficiente para resgatar a vida humana, por isso mesmo a primeira aliança não era suficiente para realizar a redenção maior, até que na plenitude dos tempos o Eterno enviasse o seu próprio filho, o Mashiach que realizaria essa redenção, o qual foi profetizado desde Bereshit, Gênesis 3:15.

A morte do Messias Yeshua em substituição do homem pecador era o único sacrifício perfeito, suficiente e definitivo, para a concretização da redenção desse ser humano do poder do reino das trevas, do pecado e da morte, para que o mesmo tivesse a vida eterna.

O Mashiach veio cumprir a Antiga Aliança e depois estabelecer a הברית החדשה, HaBrit ha Chadashah, a Nova Aliança com o selo do seu próprio sangue, o qual é simbolizado pelo cálice com vinho de Pêssach e o seu corpo pelas matzot também de Pêssach.

Eis aqui o texto em que Yeshua ao celebrar o seu último Sêder de Pêssach mostra um novo significado dessa festa, pois ele diz que as matzot (pães ásmos) simbolizam o seu corpo e o vinho do cálice, simboliza o seu sangue - o selo da Nova Aliança:


אִגֶּרֶת פּוֹלוֹס הָרִאשׁוֹנָה אֶל־הַקּוֹרִנְתִּיִּים פֶּרֶק יא

23 כִּי־כֵן קִבַּלְתִּי אֲנִי מִן־הָאָדוֹן וּמָסַרְתִּי לָכֶם כִּי הָאָדוֹן יֵשׁוּעַ בַּלַּיְלָה אֲשֶׁר־נִמְסַר בּוֹ לָקַח אֶת־הַלָּחֶם׃ 24 וַיְבָרֶךְ וַיִּבְצַע וַיֹּאמַר קְחוּ אִכְלוּ זֶה גוּפִי הַנִּבְצָע בַּעַדְכֶם עֲשׂוֹּ־זֹאת לְזִכְרִי׃ 25 וּכְמוֹ־כֵן אֶת־הַכּוֹס אַחַר הַסְּעוּדָה וַיֹּאמַר הַכּוֹס הַזֹּאת הִיא הַבְּרִית הַחֲדָשָׁה בְּדָמִי עֲשׂוֹּ־זֹאת לְזִכְרִי בְּכָל־זְמַן שֶׁתִּשְׁתּוּ׃

I Corintios 11:23-25

23 Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Adon Yeshua, na noite em que foi traído, tomou a matzá;
24 e, tendo feito a beracha (bênção), a partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.
25 Por semelhante modo, depois da refeição, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a brit ha chadashah no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.

IV - Na Nova Aliança a adoração independe de lugar específico e sim de um estado de espírito do ser humano:

Eis aqui uma parte de um diálogo de Yeshua com uma certa mulher de Samaria, no qual ele afirma o seguinte:

“Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Yeshua: Mulher, crê-me, a hora vem, em que nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Eterno em espírito e em verdade; porque o Eterno procura a tais que assim o adorem”. (Yochanan, João 4:20-23).

E o próprio rei David, ainda que estando sob a lei da Torah, ou seja, sob a forma condicional de sacrificar para receber o perdão dos pecados, disse:

“Pois tu não desejas sacrifícios, senão eu os daria a ti; tu não te agradas de holocaustos”. (Tehilim, Sl. 51:16).

Mesmo ele sabendo que foi o próprio D'us quem instituiu todas aquelas ordenanças. Mas Davi já via pela fé a nova estrutura que o Eterno estabeleceria depois que o Cordeiro Yeshua fosse sacrificado apenas uma vez, todavia suficiente e definitivamente para resgatar e salvar não apenas os judeus, mas também a todo aquele que nele cresse, seja judeu ou goy, gentio.

E Yochanan, João, talmid, um discípulo de Yeshua escreveu:

“Porque D'us amou o mundo de tal maneira que deu o seu único filho, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (Yochanan, João 3:16).

V - Uma parábola de Yeshua e seu significado:

“E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres, o vinho se derramará, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos. E ninguém, tendo bebido vinho velho, prefere o novo, porque diz: O vinho velho é melhor”. (Lucas 5:37-39).

Aqui, até parece que Yeshua não dizia coisa com coisa, pois o assunto girava em torno do fato de que os talmidim, discípulos de Yochanan, João o que fazia mikvê (batismo) e os fariseus jejuavam e os discípulos de Yeshua comiam e bebiam. (Lucas 5:33). A resposta é porque tanto os discípulos de João como os fariseus ainda não tinham o chatan, o noivo (Yeshua) como seu Mashiach. Por isso eles deveriam estar tristes, já os discípulos de Yeshua não. Mas quando Yeshua respondeu a pergunta dos escribas e fariseus (Lucas 5:34-39), ele lhes falou por parábola para os confundir ainda mais, pois D'us resiste aos soberbos, porém dá graça aos humildes. (Tiago 4:6).

A interpretação das parábolas de Yeshua somente pode ser feita por alguém que tenha o dom do Ruach HaShem, o Espírito do Eterno. A parábola fala sobre remendo novo em vestes velhas e de vinho novo em odres velhos. (Lucas 5:36,37). E a interpretação é uma só, conforme veremos a seguir:

1) De que Yeshua estava falando na verdade?
2) O que representa o remendo novo e o vestido velho?
3) O que representa o vinho novo e o vinho velho?
4) O que vem a ser os odres novos e os odres velhos?

a) A resposta para essas perguntas acima é uma só, ou seja, que Yeshua falava sobre as duas naturezas que o ser humano tem:

– A nova natureza espiritual e santa gerada por D'us no ser humano:

O remendo novo, o vinho novo e os odres novos falam da nossa nova natureza gerada pelo Espírito do Eterno, significando agora que aquele que está no Mashiach é uma nova criatura, um novo indivíduo, não criado como foi Adão, nosso pai, mas gerado por D'us. E isso quer dizer que esse novo homem tem agora em si mesmo o próprio DNA divino ou a cadeia genética metafísica vinda do Eterno. E que ele terá na ressurreição também um corpo metafísico, uma estrutura corporal semelhante a do corpo do Mashiach Yeshua após a sua ressurreição, pois só essa estrutura pode comportar a nova forma de vida celestial que D'us nos dá, porque a nossa estrutura carnal não é capaz disso. E por isso mesmo Shaul diz que nosso ser geme, anseia para ser revestido de um corpo espiritual (metafísico), que havemos de receber na ressurreição. (Romanos 8:23).

– E a velha natureza carnal e pecaminosa do ser humano:

O vestido velho, o vinho velho e os odres velhos falam da estrutura ou natureza carnal e religiosa do ser humano. Essa estrutura ou velha natureza tendenciosa para pecar foi nos dada pelos nossos pais Adão e Eva. E inclui até mesmo a falsa religiosidade daqueles que são religiosos apenas na aparência, mas não no interior, porque não têm uma vida espiritual autêntica, isto é, um relacionamento pessoal e íntimo com D’us, mas apenas uma religiosidade para os homens ver.

5) E o que ele queria dizer com essa expressão;"e ninguém, tendo bebido o velho, quer o novo; porque diz: O velho é bom?"

Eis aí a resposta para essa quinta pergunta:

O fato de alguém ter bebido do vinho velho, ter gostado, e não querer beber do vinho novo, diz respeito à oposição que existe entre a carne e o espírito, ou seja, entre a velha e a nova natureza.

O homem carnal só cogita das coisas da carne, mas o espiritual das coisas de D'us.

Yeshua respondeu para um rabino de Israel que o procurou a noite para saber sobre a vida eterna:

“Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de D'us”. (Yochanan, João 3:3).

Por isso essa nova vida (vinho novo) no Mashiach, só se adapta ao novo homem (odres novos) gerado pelo Eterno.

Portanto, o remendo novo, o vinho novo e os odres novos são a outra forma de vida do ser humano, a vida espiritual autêntica, a qual é inerente daquele que já foi transformado em uma nova criatura gerada pelo Espírito do Eterno. E essa forma de nova criatura não tem aparência externa, porque é do coração, de intenção (kavaná) e não vem da vontade do homem ou das suas obras, mas de D'us, pela fé, a qual é um dom do Eterno.

Já a velha vida (vestido velho, vinho velho e odres velhos) carnal e religiosa se adapta perfeitamente ao velho homem. Por isso mesmo Yeshua foi rejeitado pela maioria dos judeus de seu tempo e ainda é pela maioria dos judeus de hoje, pois eles eram e são homens mais carnais e religiosos do que homens espirituais autênticos, isto é, que não se distinguem pela aparência e sim pelo servir a D'us em espírito e em verdade.

VI - Alguns detalhes importantes que diferenciam as duas alianças:

- Na primeira Aliança:

a) Os kohanim, sacerdotes eram da Ordem Sacerdotal de Levi.

b) Todos os sacerdotes ofereciam sacrifícios pelo povo e também por si mesmos, inclusive o próprio Sumo Sacerdote.

c) Todos os sacerdotes eram substituídos por outros, inclusive o Sumo Sacerdote.

d) O משכן, Mishkan, Tabernáculo ou o ברית החדשה, Beit ha Mikdash, Templo era terreno.

e) O selo da Antiga Aliança era o sangue de animais.

- Na segunda ou Nova Aliança:

a) Os kohanim, sacerdotes são da Ordem Sacerdotal de Melquisedeque, uma Ordem Eterna. (Tehilim, Salmos 110:4).

b) Somente o Sumo Sacerdote Yeshua ha Mashiach se ofereceu como único sacrifício perfeito, santo, suficiente e eterno pelos pecados do ser humano, mas não por si mesmo, pois Yeshua nunca pecou, porém o Sumo Sacerdote da Antiga Aliança oferecia sacrifícios por si mesmo, pois também era um pecador.

c) Nenhum sacerdote é substituído por outro, pois todos pertencem a uma Ordem Eterna.

d) O משכן, Mishkan, Tabernáculo ou o ברית החדשה, Beit ha Mikdash, Templo é celestial. A ירושלם החדשה, Yerushalaim HaChadashah, Nova Jerusalém apesar de não ser ela o Templo celestial, mas sim uma parte dele, aquela parte coberta que tem o formato de um cubo, ou seja, o lugar mais sagrado do Tabernáculo ou do Templo, o Santíssimo Lugar, onde D'us habita. Essa Nova Jerusalém também tem o mesmo formato de um cubo (Apocalipse 21:15,16) e é descrita no livro da Revelação como sendo o משכן, Mishkan, Tabernáculo (habitação) de D'us com os homens. (Revelação, Apocalipse 21:2,3).

Ver na figura abaixo o Santo e o Santíssimo Lugar do Tabernáculo.


Nota:

Num outro artigo desse mesmo blog um estudo sobre o Tabernáculo é apresentado com mais detalhes. Nesse estudo o significado de cada dependência do Tabernáculo é mostrado, veja aqui uma parte do mesmo:

"I – O TABERNÁCULO E SUAS TRÊS DEPENDÊNCIAS

1. ÁTRIO – Simboliza o mundo exterior e visível ou mundo físico.

2. SANTO LUGAR – Simboliza uma parte do mundo interior e invisível ou as regiões celestes, onde se travam as batalhas espirituais.

“e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Yeshua haMashiach;” (Ef.2:6).

“porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Ef.6:12).

3. SANTÍSSIMO LUGAR – Simboliza uma outra parte do mundo interior e invisível, a própria presença de D'us, seu trono ou o Céu dos Céus onde Ele habita."

e) O selo da Nova Aliança é o sangue do próprio filho de D'us.

Portanto, a Antiga Aliança era em caráter figurativo, tipológico e simbólico sobre a Nova Aliança. Ora aquilo que é uma sombra, uma figura, um tipo ou um símbolo tem valor inferior ao que é real. E por isso mesmo o autor da carta aos Hebreus diz:

"De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (pois sob este o povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. E visto como não foi sem prestar juramento (porque, na verdade, aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este com juramento daquele que lhe disse: Jurou Adonay, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre), de tanto melhor pacto Yeshua foi feito fiador. E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece para sempre, tem o seu sacerdócio perpétuo". (Hebreus 7:11,12,20-24).

Todavia, o בית המקדש, Beit ha Mikdash será reconstruído, pois importa que os sacrifícios sejam reiniciados, não para que os pecados do povo sejam perdoados, mas para servir de sacrifícios simbólicos ao sacrifício maior do Mashiach como sempre foram e também como um memorial desse mesmo sacrifício de Yeshua.

Lehitraot.

פולוס וואלי ✡


Nota sobre minha assinatura:

"Origem judaica dos sobrenomes Valle, Vale.

פולוס - Polos / Paul / Paulo

וואלי - Valley / Valle / Vale

Porque o meu sobrenome Vale deveria ser com duas letras "L", mas por um erro do Cartório só tem uma.

Portanto, abaixo faço referência a um Rabino de renome com esse sobrenome Valle (וואלי):